As dificuldades do HTML
A linguagem HTML nasceu para apresentar informação científica de origens cruzadas (daí o hypertext) e de modo a permitir a pesquisa automática do texto. O fenómeno de difusão da Internet ultrapassou todas as previsões e hoje apenas uma diminuta fracção da informação publicada segue os cânones que moldaram o HTML.
Quase metade das tags (marcadores) caíram em desuso e ao mesmo tempo os designers de Web queixam-se das imensas limitações do HTML. Ainda por cima, os programas de edição electrónica, tal como muitos designers, ignoram as tags semânticas (p. ex. <CODE>, <ADDRESS>, <STRONG> ). Estes marcadores classificam os elementos do texto de acordo com o seu significado.
Nesta altura, ninguém está satisfeito. Aqueles que definiram o HTML lamentam os "entorses" dados à linguagem e o primado da apresentação sobre o significado dos conteúdos. Os designers, por seu lado, querem maior e melhor controlo sobre a apresentação dos elementos nas páginas, querem formas diferentes de apresentar imagens e animações, querem poder escolher os tipos de letra, em suma, querem
poder controlar a experiência dos utilizadores.
A solução passa pela definição de uma meta-linguagem que permita adaptar uma família de linguagens aos diversos tipos de informação. Todavia, o XML - eXtended Markup Language, que pertendia ser essa resposta, tarda em afirmar-se. Entretanto, alguns hábitos estão de tal forma enraízados que parece difícil erradicá-los; por exemplo, o uso de tabelas para definir a
disposição dos elementos na página ou o uso de imagens como botões para as ligações (links).
Julgo que a batalha em defesa das tags semânticas é uma luta perdida. Cada vez mais os produtores de conteúdos se orientam para o aspecto da informação e não para o seu significado.
Novembro 1999 |